A fisioterapia uroginecológica atua no tratamento das disfunções urogenitais e anorretais contribuindo para o bem estar físico e social de mulheres e homens que são acometidos por estas disfunções.
Situações como incontinência urinária, incontinências fecais, urgência miccional, constipação, flacidez perineal, disfunções sexuais, dores pélvicas, prolapsos genitais, cirurgias pélvicas, prostatectomia radical, são os focos principais da atuação da fisioterapia uroginecológica.
A incontinência urinária é definida como sendo qualquer perda involuntária de urina. A mais comum é a de esforço caracterizada pela perda involuntária de urina ao tossir, espirrar ou realizar esforço físico. Existem outros tipos de incontinência como, por exemplo, a de urgência que é aquela em que a bexiga é hiperativa, ou seja, trabalha demais e faz surgir a toda hora vontade de urinar.
A incontinência urinária não é condição de risco para saúde, afetando a realização plena de atividades diárias por constrangimento higiênico e social; tem influência direta na qualidade de vida de mulheres cada vez mais jovem, pois é um sintoma que não está limitado apenas às mulheres idosas.
As causas da incontinência urinária em mulheres são bastante variadas e a identificação da origem é essencial para o tratamento adequado. Em homens, sem problemas neurológicos, a incontinência urinária está na maioria das vezes associada à história de cirurgias prostáticas. Durante estas cirurgias pode haver lesão do esfíncter ou do nervo responsável pelo seu funcionamento levando a perdas urinárias. As perdas também podem decorrer de um excesso de contrações da bexiga durante o enchimento ou mesmo de transbordamento da urina.
Quanto mais precoce for o encaminhamento do paciente para a fisioterapia, maior será a chance de sucesso do tratamento.
Durante algum tempo, a base do tratamento das incontinências urinárias esteve constituída por ações cirúrgicas e medicamentosas, porém essa abordagem vem sofrendo transformações, tendo em vista que o tratamento cirúrgico é um recurso invasivo, não isento de complicações e com tempo de recuperação, em alguns casos, prolongado. Por outro lado, os efeitos da terapia medicamentosa dependem de uso contínuo e podem causar efeitos colaterais indesejáveis. Assim, o tratamento fisioterapêutico foi, em 2005, indicado pela Sociedade Internacional de Continência como a opção de primeira linha para incontinência urinária devido ao baixo custo, baixo risco e eficácia comprovada.
Para aqueles casos que exigem tratamento cirúrgico, a fisioterapia no pré e pós-operatório pode melhorar muito os resultados obtidos.
A fisioterapia uroginecológica consiste em: treinamento da musculatura do assoalho pélvico através de exercícios perineais e terapia manual, terapias comportamentais, eletroestimulação e biofeedback.
Lucíola Franco Duarte Graciose
Fisioterapeuta
– Especialização: – Fisioterapia na Saúde da Mulher
– Formação em Fisioterapia Uroginecológica, Uropediátrica, Ginecológica, Coloproctológica, Obstétrica e Sexualidade.
– Formação Internacional em Fisioterapia Pélvica
– Atualização em Biofeedback Eletromiográfico